Moradia custou 4 vezes menos do que uma convencional, diz família.
Ricardo e Letícia demoraram três anos para erguer a casa em Guaraciaba (Foto: Eveline Pôncio/RBS TV)
Com barro, madeira de reflorestamento e até galhos de árvores, um casal de Guaraciaba,
no Oeste catarinense, construiu uma casa bio-sustentável. Além de ficar
em harmonia com a natureza, a família também economizou: eles estimam
um gasto de R$ 60 mil, quatro vezes menos do que exigiria uma moradia
convencional, como mostrou o Jornal do Almoço deste sábado (25).
A construção, a poucos quilómetros da área urbana, chama a atenção de
quem passa por ali. "No início foi um certo pé atrás. 'Como assim de
barro? Essa casa vai cair'. Muita gente ficou duvidando", conta a
musicista Letícia Sanzovo.
"Aí a gente foi mostrando, foi falando, e quando a gente começou a
construção o pessoal começou a ver que realmente ia dar certo. A família
veio ajudar, os amigos vieram, até desconhecidos, e aí a coisa fluiu",
lembra a moradora.
O marido, o técnico agrícola Ricardo Scalco, diz que a ideia inicial era ter uma casa confortável, ecologicamente correta e em harmonia com o meio ambiente, com materiais disponíveis no próprio entorno. "A bio-construção trouxe todas essas possibilidades, até a de construir a nossa casa com as próprias mãos. Foi esse o grande motivador para nós", conta.
Tijolos reaproveitados
O barro usado nas paredes veio do terreno ao lado, e as madeiras de eucalipto e pinus, do reflorestamento feito pelo pai do Ricardo na propriedade. Os tijolos, pedras e aberturas são reaproveitados de demolição.
O barro usado nas paredes veio do terreno ao lado, e as madeiras de eucalipto e pinus, do reflorestamento feito pelo pai do Ricardo na propriedade. Os tijolos, pedras e aberturas são reaproveitados de demolição.
A maioria dos móveis também é de reaproveitamento ou foi construída por
eles, como a cama do casal, toda feita com galhos de árvores.
Até a casa ficar pronta, foram três anos de estudos, pesquisa e muita
"mão na massa". "Um ano dedicamos ao conhecimento e outros dois anos à
construção, mesmo", lembra Ricardo.
"Para encontrar a mistura correta do barro nós fomos estudando as
misturas, fizemos umas sete misturas até que nós encontramos a mistura
correta que fosse bem estável, seguro para gente construir a casa", diz o
morador.
Casa fresquinha
De convencional há apenas a ligação elétrica e hidráulica. O telhado verde ajuda a manter a temperatura sempre estável dentro da casa. No verão, varia entre 20 e 21°C, e no inverno não baixa dos 17°C.
De convencional há apenas a ligação elétrica e hidráulica. O telhado verde ajuda a manter a temperatura sempre estável dentro da casa. No verão, varia entre 20 e 21°C, e no inverno não baixa dos 17°C.
O aproveitamento dos espaços também chama a atenção. Em uma das paredes
de barro foi construído uma espécie de armário para guardar
mantimentos.
Tijolos foram reaproveitados na construção da casa em Guaraciaba (Foto: Eveline Pôncio/RBS TV)
"O conceito é viver bem em harmonia com o meio ambiente, é basicamente
isso eu a gente buscou e conseguiu", diz Ricardo. "A gente prima pela
qualidade de vida, quando chega em casa do trabalho a gente se sente
muito bem na nossa casa, a gente gosta de receber as pessoas queridas
que nos ajudaram a realizar esse sonho", lembra Letícia.
Futuras gerações
Recentemente a casa ganhou um novo morador, o pequeno Ícaro, primeiro filho do casal, de apenas três meses. "A ideia da casa é que dure por muitas gerações do Ícaro, e mais à frente. É isso o que a gente espera", diz Letícia.
Recentemente a casa ganhou um novo morador, o pequeno Ícaro, primeiro filho do casal, de apenas três meses. "A ideia da casa é que dure por muitas gerações do Ícaro, e mais à frente. É isso o que a gente espera", diz Letícia.
Fonte:http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2017/03/casal-constroi-casa-biossustentavel-com-proprias-maos-no-oeste-de-sc.html
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